Desde 22 de Março de 2020, o INS faz uma análise epidemiológica semanal da evolução da Covid-19 em Moçambique e os dados [disponíveis em https://covid19.ins.gov.mz/documentos-em-pdf/sumario-epidemiologico/] mostram que a pior fase da doença, em termos de número de infeções foi verificada em Setembro e Outubro. Na semana de 06 a 12 de Setembro houve o mais elevado número de novas infecções de sempre, com 1497 casos. Nas duas semanas subsequentes, o INS continuou a registar mais de 1200 infecções semanais. Até à última semana de Outubro, o número de casos positivos era de aproximadamente mil. Desde então começou uma queda consistente para uma média semanal de 600 casos positivos, em Novembro e Dezembro.

Na semana de 13 a 19 de Dezembro, o número de casos positivos do novo coronavírus registados em todo o país baixou para 190, níveis que não eram registados há quatro meses (na penúltima semana de Julho foram registados 181 casos). Curiosamente, foi a 17 de Dezembro que o presidente da República anunciou o maior relaxamento das restrições impostas para travar a propagação do novo coronavírus. Parem além da facilitação da entrada de turistas, o presidente anunciou o aumento de número de pessoas em eventos privados, passando a  ser aceite a concentração de até 150 pessoas em eventos realizados ao ar livre.

O presidente anunciou ainda a extensão do horário de encerramento dos mercados, de 17 para 18 horas e foi autorizada a prática do desporto em espaços abertos. Mais ousada foi a autorização da “reabertura de bares, barracas e quiosques no período que vai das 09 às 16 horas, de domingo a sexta-feira, sendo que às sextas-feiras e sábados, a abertura destes locais vai das 09 às 19 horas."

Será que o Governo tomou as decisões anunciadas por entender que o pico da Covid-19 em Moçambique já passou ou é uma decisão baseada em emoções da quadra festiva? Janeiro, a previsão inicial do pico das infecções pelo novo coronavírus, é já próximo mês!